Zé Ramalho é um dos maiores expoentes da música brasileira; suas palavras são extremamente complexas e nos fazem refletir sobre o social ou passar o dia pensando sobre o significado da letra. Já tive a oportunidade de ir a um show dele, não foi lá essas coisas, porque suas canções são mais lentas e são feitas para ouvir e admirar e não para dançar, em outras palavras, é um show para se assistir sentado.
Um de seus maiores sucessos é, sem dúvida, "Cidadão". Nela, ele expõe sobre as dificuldades de um provável pedreiro que ajudara a construir edifícios que lhe é proibido a entrada.
O tal homem adquire ao decorrer da história uma indignação porque enquanto admirava um dos prédios que ele levantara, um cidadão se aproxima e lhe pergunta: "Tu 'tá' ai admirado ou 'tá' querendo roubar?"; vem à tona um preconceito social, afinal o indivíduo estava somente olhando e não possuía a intenção de roubar nada.

Por que que é qu'eu deixei o norte?
- eu me pus a me dizer.
Lá a seca castigava,
mas o pouco que eu plantava
tinha direito a colher.
O Êxodo Rural também é exposto na música. Desde a eclosão da Revolução Industrial, pessoas tendem a deixar as regiões mais pobres, principalmente o campo, para se dirigirem a centros urbanos onde nem sempre encontram uma melhoria de vida. No caso, o eu-lírico deixou o norte brasileiro para ir viver em uma metrópole, onde conseguiu um emprego, mas não adquiriu uma uma vida boa e sim uma realidade onde a segregação espacial se faz presente de forma visível; onde pessoas o discriminam por sua aparência; por não ter adequadas roupas; e, por fim, por não pertencer a elite.
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice,
não se deixe amedrontar"
A fé do personagem é o principal fator que lhe faz continuar sendo forte; ele se agarra a sua crença de maneira admirável e assim, não se deixa levar pelos problemas sociais existentes na sua vida.
[Cristo] "Fui eu quem criou a terra.
Enchi o rio, fiz a serra,
não deixei nada faltar.
Hoje o homem criou asas
e, na maioria das casas,
eu também não posso entrar"
O compositor da canção também faz uma crítica à falta de Deus na vida das pessoas. De acordo com ele, o Ser superior criou tudo, encheu o rio, fez a serra e não deixou nada faltar, contudo o homem aprendeu a se livrar sem Ele de modo que se esquece de agradecer tudo que tem ao seu 'Pai' e assim, não Lhe é permitido a entrada nas casas das pessoas.
Por fim, a genialidade do compositor e de Zé Ramalho fica exposta nessa canção, onde se faz uma grande crítica à sociedade e suas relações de exclusão e de segregação social.
M.K.O.P.
PS. Lembre-se que a filosofia sempre nos é amiga. Agora o porquê disso você terá que descobrir por si só.
tinha direito a colher.
O Êxodo Rural também é exposto na música. Desde a eclosão da Revolução Industrial, pessoas tendem a deixar as regiões mais pobres, principalmente o campo, para se dirigirem a centros urbanos onde nem sempre encontram uma melhoria de vida. No caso, o eu-lírico deixou o norte brasileiro para ir viver em uma metrópole, onde conseguiu um emprego, mas não adquiriu uma uma vida boa e sim uma realidade onde a segregação espacial se faz presente de forma visível; onde pessoas o discriminam por sua aparência; por não ter adequadas roupas; e, por fim, por não pertencer a elite.
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice,
não se deixe amedrontar"
A fé do personagem é o principal fator que lhe faz continuar sendo forte; ele se agarra a sua crença de maneira admirável e assim, não se deixa levar pelos problemas sociais existentes na sua vida.
[Cristo] "Fui eu quem criou a terra.
Enchi o rio, fiz a serra,
não deixei nada faltar.
Hoje o homem criou asas
e, na maioria das casas,
eu também não posso entrar"
O compositor da canção também faz uma crítica à falta de Deus na vida das pessoas. De acordo com ele, o Ser superior criou tudo, encheu o rio, fez a serra e não deixou nada faltar, contudo o homem aprendeu a se livrar sem Ele de modo que se esquece de agradecer tudo que tem ao seu 'Pai' e assim, não Lhe é permitido a entrada nas casas das pessoas.
Por fim, a genialidade do compositor e de Zé Ramalho fica exposta nessa canção, onde se faz uma grande crítica à sociedade e suas relações de exclusão e de segregação social.
M.K.O.P.
PS. Lembre-se que a filosofia sempre nos é amiga. Agora o porquê disso você terá que descobrir por si só.
'Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar.
Foi um tempo de aflição, 'era' quatro condução -
Duas pra ir, duas pra voltar.
Hoje depois dele pronto,
olho pra cima e fico tonto;
mas me vem um cidadão
e me diz desconfiado:
"Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido.
Dá vontade de beber.
E pra aumentar meu tédio,
eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer
Lá eu quase me arrebento,
fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar..
Minha filha inocente veio pra mim toda contente:
"Pai vou me matricular!"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão aqui não pode estudar!"
Essa dor doeu mais forte.
Por que que é qu'eu deixei o norte?
- eu me pus a me dizer.
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a colher
'Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém?
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo.
Lá eu trabalhei também.
Lá foi que valeu a pena,
tem quermesse, tem novena.
E o padre me deixa entrar.
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar!
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra,
não deixei nada faltar.
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
Eu também não posso entrar"
Palavras-chave: Preconceito, segregação-espacial, êxodo rural
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